Educação entre os gregos antigos

Educação entre os gregos antigos

    Conceituar Educação na amplitude de sua significação não é uma das tarefas mais fáceis. No dicionário aparece como o processo de desenvolvimento de capacidade física, intelectual e moral do ser humano. Mas, na prática o sentido da palavra vai muito mais além do seu significado.

    Desde os primórdios, já existe a prática da Educação. Tudo que aplicamos hoje é herança de nossos antecessores. Quem nunca ouviu falar em Sócrates, Platão, Aristóteles e Homero, estes e outros importantes filósofos, pensadores e educadores da educação grega contribuíram em sua magnitude para a História da Educação.

    É na Grécia que surgi às primeiras idéias pedagógicas. Os sofistas eram educadores, que viajavam de uma cidade a outra, realizando aparições públicas para atrair estudantes de quem cobravam taxas para oferecer ensinamentos. Os mesmos alegavam que a “Arete”, a virtude, poderia ser ensinada. O objetivo dos sofistas era a formação de dirigentes da vida pública ensinavam a oralidade aos seus alunos para usarem em discursos públicos. Platão era hostil aos sofistas, para ele, eles eram vendedores de saber. Para Platão como em Sócrates a filosofia tem um fim prático e moral.

    Ao se falar, em fins práticos, virtude e moral, devemos mencionar o antecessor dos sofistas e dos filósofos, Homero o “educador de toda a Grécia”, como dizia Platão. Homero criou a Paidéia, que, como cita Jaeger (1995) em seu livro Paidéia – a formação do Homem grego:

"Todas as formas e criações espirituais e ao tesouro completo da sua tradição, tal como nós o designamos por Bildung ou pela palavra latina, cultura. Daí que, para traduzir o termo Paidéia não se possa evitar o emprego de expressões modernas como civilização, tradição, literatura, ou educação; nenhuma delas coincidindo, porém, com o que os gregos entendiam por paidéia. Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global. Para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos de uma só vez."

    A Paidéia, em si, colabora com a formação e construção do individuo como Homem e cidadão. É na Paidéia que nasce a episteme (o conhecimento verdadeiro) e o ethos (comportamentos universais).

    Homero é o representante da cultura grega primitiva, colaborou para que o povo grego fosse os pioneiros da busca do conhecimento. Ele era o educador da oralidade, em seus poemas há presença de mitos nos diálogos das personagens épicas, que são fundamentais para dar vida as suas narrativas. No trecho, do Canto I da Odisséia, onde conta as aventuras do herói Ulisses, Homero faz referencias aos deuses:

“E, enquanto se deliciavam, assentados a mesa de festim, os outros deuses reuniam-se no palácio de Zeus Olímpico... Zeus, o amontoador das nuvens”.

    Os mitos e as lendas heróicas constituem um tesouro inesgotável da Paidéia. Enquanto Homero declamava seus poemas, seus ouvintes criavam imagens do que se falava, tendo assim a transmissão do saber.

    Após a grandiosa época homérica, aparece a figura do pedagogo, que naquela situação era o escravo que acompanhava o menino nobre à escola. As meninas não recebiam qualquer educação, a não ser afazeres domésticos aprendidos com as mães. O objetivo da educação grega era a construção de cidadãos. Em Esparta, a educação era direcionada a conduta militar, dando ênfase a educação física. Os espartanos eram ligados a estética do indivíduo, ao bom condicionamento físico. Já em Atenas, a educação estava direcionada ao desenvolvimento intelectual. O aluno ateniense estudava aritmética, literatura, música, escrita, educação física, decorava poemas e tinham aulas de política e religião. Segundo Aristóteles, “o educando é potencialmente um sábio, e, com a educação ele converte em ato o que é suscetível de desenvolver”. 

    Após este período, a escola evolui, graças as contribuições financeiras de particulares, de cidades ou de soberanos e aos poucos se torna uma escola de ESTADO, conhecido como processo de estatização da escola.

   Assim nasce a Educação Grega, como fonte de construção do saber e do conhecer. Trazendo para o mundo contemporâneo um legado enrriquecedor que contribuiu para a formação da Pedagogia como ciência.

                                                     “O conhecimento do passado é apenas para entender o uma chave presente”

                                                                                                     Lorenzo Luzuriaga, 1985

Por Adriana, estudante do 5º Período do Curso de Pedagogia FAE/UEMG

Referências Bibliograficas

MANACORDA, Mário Alighiero. História da Educação, da antiguidade aos nossos dias. 10ª edição. São Paulo: Cortez, 2002

JAEGER, Werner. Paidéia – A formação do Homem Grego. 4ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001