Presidente da OAB do Rio de Janeiro defende nova discussão sobre desarmamento

10/04/2011 21:36

Brasília - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) defendeu hoje (10) a retomada da discussão sobre o desarmamento no Brasil. Para o presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, o massacre que deixou 12 crianças mortas, na última quinta-feira (7), deve servir como reflexão para os riscos que a sociedade corre com o livre acesso de cidadãos a armas de fogo.

Uma tragédia como essa, infelizmente, acaba servindo de lição, por conta da facilidade com que se consegue adquirir armas no Brasil. Esse rapaz [Wellington de Oliveira, autor dos disparos] não era membro de quadrilha, não era do crime organizado, era um descontrolado que tinha acesso com facilidade a uma arma, disse.

Em 2005, em um referendo que perguntava se o comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil.  63,94% dos brasileiros disseram não ao desarmamento contra 36,06% que votaram pelo fim do acesso às armas.

Talvez a sociedade brasileira tenha amadurecido do referendo para cá. Na avaliação do jurista, Wadih Damous, a retomada do debate nacional sobre o desarmamento poderia ser feita inclusive com a convocação de um novo referendo. Essa é uma discussão que merece ser feita democraticamente. Um novo referendo seria oportuno e democrático.

A legalidade do porte de armas no Brasil é responsável por tragédias domésticas diárias e acaba abastecendo grupos criminosos. Não há porque o cidadão, a sociedade civil estar armada. Quando o cidadão tenta usar a arma normalmente é morto ou tem a arma roubada e aumenta o poder de fogo dos criminosos. E a arma ainda incentiva a noção de fazer justiça com as próprias mãos, o que exime o Estado da responsabilidade de garantir a segurança.

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