Tecnologia a favor da polícia na ocupação do Complexo do Caju no Rio

04/03/2013 07:36

Ação foi marcada pelo uso de equipamentos de ponta testados para garantir a segurança nos grandes eventos

Rio -  A megaoperação deste domingo serviu para testar pela primeira vez equipamentos que vão garantir a segurança de cariocas e turistas durante a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederaçoes, que ocorrerá em julho no Rio. Um centro de controle móvel foi usado por policiais rodoviários federais para acompanhar em tempo real a movimentação dos agentes e das viaturas no interior da favela da Barreira do Vasco.

Sem confronto e com uso de tecnologia, a polícia ocupou, em 25 minutos, o Complexo do Caju e a Barreira do Vasco | Foto: joão Laet / Agência O Dia
Sem confronto e com uso de tecnologia, a polícia ocupou, em 25 minutos, o Complexo do Caju e a Barreira do Vasco | Foto: joão Laet / Agência O Dia

Todos os 120 agentes tiveram um rádio digital preso às costas, o que permite sua localização por GPS. “Ainda contamos com uma câmera que registra imagens do local em até 1 km”, contou o agente da PRF Marcelo Ligiero.

Durante a operação da Polícia Civil na Barreira do Vasco, a tecnologia foi posta em prática. Um ônibus do Instituto Félix Pacheco (IFP) com tecnologia de leitura de digital biométrica, identificou suspeitos no local. “Dá para ver na hora se é foragido da justiça”, disse o diretor do IFP, Márcio Carvalho. A chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, testou o equipamento. “ Não precisa conduzir o suspeito até a delegacia”, disse.

Central de Comando da Polícia Rodoviária Federal com computadores e telões: auxílio estratégico para garantir sucesso da operação | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Central de Comando da Polícia Rodoviária Federal com computadores e telões: auxílio estratégico para garantir sucesso da operação | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia

O Choque estreou na operação o ‘mochilink’, sistema israelense que permite transmitir ao vivo imagens dos militares nas vielas da favela Boa Esperança para o Comando de Operações Especiais no Quartel General da Polícia Militar.Mutirão da Prefeitura levou os primeiros serviços à população.

A Comlurb recolheu 25,5 toneladas de lixo nas duas comunidades. Além da coleta, a prefeitura fará hoje reparo na fiação elétrica, acolhimento de usuários de drogas e limpeza de rios e canais.

Equipamentos modernos de transmissão foram usados pela PM, que também utilizou helicópteros. Martha Rocha, mostra a identificação biométrica | Foto: Paulo Araújo e Maíra Coelho / Agência O Dia
Equipamentos modernos de transmissão foram usados pela PM, que também utilizou helicópteros. Martha Rocha, mostra a identificação biométrica | Foto: Paulo Araújo e Maíra Coelho / Agência O Dia

Moradores comemoram, mas ainda temem que haja traficantes na área

"Liberdade! Liberdade!Abre as asas sobre nós!”, cantava uma moradora do Parque Alegria na rua por volta das 9h, assim que acordou e saiu para ver o resultado da operação. Crianças brincando nas ruas eram um indício de que a operação tinha dado certo. O comércio também não fechou.

O medo deu lugar ao sorriso de quem via nos homens de preto a esperanças de dias melhores, embora moradores ainda evitem falar à vontade. “Aqui já é a Rua Paraíso e ficará melhor”, sonha a cozinheira Luisa dos Santos, 60 anos. Para ela, a chegada da polícia no Complexo do Caju traz expectativa de melhorias.

“Agora vamos ter Correio na porta, ruas limpas e emprego para os jovens”, torce. Apesar da aparente tranquilidade muitos evitam falar. “Somos vigiados”, disse um comerciante. “Não aguentava mais ver bandidos saindo daqui armados para assaltar na Av. Brasil”, contou outro. 

Megaoperação no Complexo do Caju

 

Megaoperação ocupa comunidades do Complexo do Caju e Barreira do Vasco, na Zona Norte, e apreende armas e drogas

Reportagem: Carlos Brito, Diego Valdevino, Fernanda Alves, Leandro Souto Maior e Maria Luisa Barro

IG Notícias

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